“Senhor, tu és o nosso refúgio,
sempre, de geração em geração. Antes de nascerem os montes e de criares a terra
e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus. (...) De fato, mil anos para ti são como o dia de ontem
que passou, como as horas da noite (Salmos 90:1, 2 e 4)”.
Nada obstante a
beleza dessa declaração, até hoje nunca consegui realmente compreender o porquê
de alguns irmãos entenderem que não seja espiritualmente relevante a separação
de um dia especial com o escopo de se obter uma mais plena e despreocupada
comunhão com o nosso Criador. E por mais que se diga que uma perfeita adoração
como tal deva ocorrer não só em um dia, mas em todos os dias, na prática isso
se tem demonstrado infactível.
Não há como
negar que existam coisas “importantes demais” a nos sobrecarregar nas labutas
diárias. É o trabalho que nos consome as horas, o estudo que devora até o
natural período de sono noturno (véspera de avaliações nem se fala!) e demais
responsabilidades do homo societatis,
sejam atribuições do poder familiar (pais e mães saberão o que quero dizer) e
demais consectários do fato de se viver assim em sociedade.
Como então, num
mundo que literalmente não para, conseguirmos separar tempo suficiente, a cada dia,
para ouvirmos a voz de Deus? Afinal, são tantas as coisas realmente importantes
que nos impedem, mesmo contrariamente à nossa vontade, de assim fazê-lo. Mas é
justificável continuar sustentando ardorosamente que não importa mais o
descanso que o Criador estabeleceu no início da fundação deste mundo, bem antes
mesmo da queda da raça humana?
Não fora um
descanso dado apenas aos judeus, pois o “repouso” divino fora dado milênios
antes de existir Moisés, ou mesmo Abraão. Fora, portanto, uma benção concedida
a toda a humanidade esse imperativo clamor de se ter um dia garantido para o descanso
das prementes preocupações do “ganha pão” e sermos libertos, destarte, de tudo que
obstrua uma mais plena comunhão espiritual com o nosso Deus.
O IMPACTO DA RELATIVIZAÇÃO DOS TEMPOS
Porventura, ao
pensarem contrariamente a essa compreensão divina da nossa humana condição, estariam
os opositores desse “repouso” também se baseando na paráfrase que o apóstolo
Pedro fez do Salmo 90, conforme se pode constatar em 2 Pedro 3:8 (“para o Senhor um dia é como mil anos, e mil
anos, como um dia”)?
Analisemos então este que é só um dos muitos
argumentos utilizados para não se considerar mais o “descanso divinamente
estabelecido” como espiritualmente relevante.
Antes de tudo, como demanda a ciência da
interpretação bíblica, é preciso que se observe o contexto da passagem na qual
a mesma se insere. Em 2 Pedro 3:3-10 nós vemos que ele está falando a respeito
de escarnecedores que haveriam nos últimos dias e que duvidariam da veracidade
da promessa do retorno de nosso SENHOR. Esta passagem simplesmente nos lembra
de que Deus se situa além das barreiras do tempo e espaço por Ele criados e que
nós não deveríamos duvidar da ocorrência de futuros eventos bíblicos
simplesmente porque eles estariam demorando muito para se cumprirem (ao serem
assim observados tendo como única perspectiva a nossa limitada perspectiva
humana). Consequentemente, 2 Pedro 3:8 não tem nada haver com a duração da
semana da Criação e nem era pretendido pelo apóstolo que fosse a palavra “dia”
transformada numa espécie de fórmula matemática.
O essencial aqui é compreendermos que Deus
criou o tempo, bem como o universo, e por isso está acima dos mesmos (conforme
Hebreus 1:2). Enquanto nós mortais pensamos que 1.000 anos é um longo tempo,
Deus pode medir 1.000 anos de história como nós podemos medir o horizonte de um
lado para outro. O verso também poderia ter sido igualmente redigido,
"Cinco minutos são para o Senhor como dez mil anos", e ainda ter
exprimido a mesma mensagem. Note o uso da palavra como, descrevendo
similaridade, não é a mesma que um sinal de igualdade. Reciprocamente, Deus é
capaz de fazer em um dia o que normalmente exigiria mil anos para se realizar.[1]
O termo chave nesta discussão é a
inteligência da palavra dia tal como é usada em Gênesis 1. A palavra hebraica
para dia é yom e, sabemos que ela é
usada numa variedade de modos:
I) o período da luz do dia no ciclo diurno,
como em Gênesis, versos 1:5,14,16,18;
II) um período normal de 24 horas; e
III) um período de tempo indefinido como no
Salmo 90:10.
Ocorre que essa palavra yom foi a mesma empregada por Deus
quando Ele escreveu nas tábuas de pedra o quarto mandamento, ao requerer do Seu
povo que se lembrasse do mesmo (mantendo-o como um dia santo a cada sete dias
do ciclo semanal). E sempre foi essa palavra que o Senhor, ao se comunicar com
nós seres humanos, utilizava quando nos determinava fazer algo num determinado
dia específico.
Quando você vai se comunicar com uma
criança, você certamente não utilizaria como parâmetro de conversação uma
linguagem altamente científica e erudita, que fugiria aos limites de compreensão
da infante. Da mesma forma age Deus conosco. Quando Ele nos diz para fazer
algo, certamente não emprega um parâmetro que lhe seja exclusivo (“fora do
tempo e espaço”),pois Ele sabe que “assim como os céus estão distantes da
terra, assim também estão os Seus pensamentos distantes” da nossa limitada
capacidade de cognição humana.
E foi também por essa razão que os
escritores bíblicos, sempre que estavam escrevendo algo a respeito de datas que
deveriam ter uma aplicação prática ou repercussão histórica na vida das
pessoas, empregavam essa terminologia. Não fosse assim, teriam esses escritores
optado por palavras cuja acepção não fossem a de um dia literal de 24 horas,
tal como yom, mas sim outras, tais
como olam.
Essa palavra hebraica olam estava assim disponível para comunicar a ideia de um longo
período de tempo. Logo, se Moisés e os demais profetas bíblicos realmente
tivessem a intenção de transmitir uma ideia que devesse implicar que, p. ex.,
um dia de descanso fosse assim espiritualmente irrelevante, esta palavra olam teria sido a eleita por eles quando
da elaboração (sob a supervisão do Espírito Santo) das Escrituras Sagradas.
Jesus, o Verbo Eterno Encarnado, confirmou
o entendimento aqui esposado ao expressamente afirmar que “o Sábado foi feito
em benefício do homem” (Marcos 2:23) e não o contrário. E se assim foi feito em
nosso benefício, que utilidade então nos teria se tal instituição divina não
pudesse ser aferida pelos nossos próprios limitados parâmetros de compreensão?
Se fosse tão só pelos Seus próprios e ilimitados parâmetros transcendentes,
então seria inverídica essa afirmação de Jesus, vez que proveito algum poderia
ter então ao homem.
Todavia, a mesma Palavra que trouxe tudo à
existência é o mesmo Jesus que ainda nos conclama: “Guardarão, pois, o sábado
os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua. Entre
mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o
Senhor os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-se” (Êxodo
31:16-17).
Assim como o criador de uma obra de arte
não se confunde com a obra que criara, assim também Deus se situa além do
universo que criou. Com Einstein e Hubble, descobrimos que esse universo não é
mais algo infinito, tal como acreditavam os cientistas de outrora. Tanto o
espaço como o tempo tem “limites fixados” pelo Supremo Arquiteto, o nosso
SENHOR.
Mas esse mesmo Deus que é “o único que é
imortal e habita em luz inacessível, a quem ninguém viu nem pode
ver” (1 Timóteo 6:16) foi o mesmo Jesus que decidiu mesmo assim, no sétimo dia
da Criação, ingressar no espaço-tempo que criara e passar um yom (tarde e manhã) em perfeito
companheirismo com a humanidade e sob um parâmetro que pudesse ser aferido pela
coroa da Sua criação, a obra prima que criara: os seres humanos.
E ao santifica-lo e abençoa-lo,
efetivamente “descansando” – não porque estava cansado, vez que Deus não se
cansa nem se fatiga (isaías 40:28) – o fez assim para dar um exemplo a toda a
humanidade para que o santificasse igualmente.
Podemos ver essa mesma atitude do nosso
SENHOR por ocasião da Sua encarnação. Como ser humano, sempre que Ele queria
que fizéssemos algo de forma duradoura, Ele sempre nos dava antes o exemplo a
ser seguido “cumprindo” por Si mesmo o que de nós requeria:
“Mas
João tentou convencê-lo a mudar de ideia, dizendo assim: - Eu é que preciso ser
batizado por você, e você está querendo que eu o batize?
Mas Jesus respondeu: - Deixe que seja assim
agora, pois é dessa maneira que faremos tudo o que Deus quer.”
(Mateus 3: 14-15)
Deste modo, ao permitir ser batizado, mesmo
sem realmente necessitar, estava na verdade agindo conforme o Seu costume tal
como houvera sempre procedido desde os primórdios da nossa Criação: “e no sétimo dia descansou, depois de toda a
obra que fizera. Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, pois nele descansou
depois de toda a sua obra de criação” (Genesis 2:2, 3). Jesus Cristo, que é
o nosso Perfeito guia e modelo, estava – como sempre – nos deixando assim mais
um exemplo a ser seguido.
JESUS - O NOSSO PERFEITO MODELO
A bíblia é enfática quando nos declara
que Jesus, nos sábados, tinha por costume entrar nas sinagogas para pregar a
palavra. Observe ainda que não se poderia encontrar Jesus trabalhando na
carpintaria de seu pai José nesse dia.
Se Ele quisesse mesmo aboli-lo como advogam
alguns, porque então ele encerraria seu expediente de trabalho secular
justamente antes do pôr do sol de sexta-feira? Ah! Mas você poderá dizer, ele
assim procedia tão-só porque era costume dos judeus guarda-lo. Contudo, em
Lucas 4:7 não se vê o discípulo narrando “entrou num dia de sábado, segundo o
{costume dos Judeus}, na sinagoga”, mas justamente o contrário: que Ele “entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e
levantou-se para ler”.
Por este prisma, em nenhum momento você verá
Jesus profanando o sábado. Ele mesmo disse que viria para “cumprir” toda a lei,
e não revogá-la. O termo grego utilizado por Jesus para cumprir foi pleroo, e imprime o significado de
tornar “cheio” o mandamento, de não só lhe revelar o verdadeiro sentido
espiritual, mas também efetivamente torná-lo glorioso, na medida em que
verdadeiramente pôde guarda-lo consoante o desejo do Pai e não dos homens.
Neste sentido, cabe menção a um comentário
pertinente, verbis:
“O farisaísmo dos dia de Cristo obscurecera o verdadeiro caráter do
sábado. Os rabinos o acumularam de exigências extravagantes que o tornaram um
fardo quase insuportável. A atitude de Cristo para com o sábado foi a de
purificá-lo, limpá-lo desses acréscimos, devolvendo-o à real pureza. A atitude
de Cristo para com o Seu santo dia foi de reverência e não de desprezo.
“E de passagem cabe aqui uma observação: o sábado foi feito por causa do
homem, e isto não pode ser verdade em relação ao domingo, porque no primeiro
dia da semana o homem ainda não fora criado!
“Citam em seguida Mateus 12:8: "O Filho do homem até do sábado é
Senhor". E concluem desastradamente que Cristo é Senhor do sábado para
mudá-lo, alterá-lo, suprimi-lo, enfim. Incrível! Diríamos de início que, sendo
o sábado um mandamento da Lei de Deus, se Cristo o transgredisse de qualquer
maneira Se tornaria um pecador, e nessa condição não poderia ser o nosso
Salvador! No entanto, Cristo permaneceu em completa adoração e obediência ao
Deus Pai. Teve uma vida humana impecável, um caráter irrepreensível.
(Filipenses 2:5 a 11). E Ele mesmo declara:
"Porque eu não falei por Mim mesmo; mas o Pai, que Me enviou, Esse
Me deu mandamento quanto ao que dizer e como falar. E sei que o Seu
mandamento é vida eterna. Aquilo, pois, que Eu falo, falo-o exatamente como
o Pai Me ordenou." (João 12:49 e 50)
"Como o Pai Me amou, assim também Eu vos amei; permanecei no Meu
amor. Se guardardes os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor; do
mesmo modo que Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai, e permaneço
no Seu amor." (João 15: 9 e 10) [2]
“Cristo não foi contra o dia, mas contra a maneira errônea e extremista de guardá-lo”
Um dos exemplos mais fortes
de exaltação do sábado por Jesus, retirando as falsas e penosas tradições dos
homens sobre ele impostas, foi quando Ele discutia várias vezes com judeus
legalistas, ensinando-lhes o verdadeiro significado espiritual dessa mesma
instituição divina por Si mesmo instituída no Éden. Justamente por ter a
humanidade sido abençoada com tão benevolente instituição, logo no início da
criação, por aquele que verdadeiramente é “o
Senhor do sábado” (Mateus 12:8), é que este foi constituído por sinal
perpétuo entre todas as gerações daqueles que viessem a reconhecer a Jeová como
o Criador de todas as coisas. Também neste sentido, Ipsis Litteris:
“Jesus declarou-Se Senhor do sábado!
Solene e importantíssima declaração! Frise-se bem que Ele é Senhor do sábado e
não do domingo, embora grande número de sinceros irmãos nossos averbem, erroneamente frise-se, este dia como
"dia do Senhor". Cristo porém reafirmou Sua soberania sobre o sábado.
É o Autor do sétimo dia, consagrado ao repouso e, nessa qualidade, sabe o que
lícito ou não fazer nele. Os fariseus que censuraram os discípulos por
apanharem espigas, foram além dos reclamos divinos, "além do que está
escrito".
“Punham restrições descabidas à guarda do sábado. E Jesus para
mostrar-lhes Sua autoridade, apresenta-Se como Autor do sábado. Nada há de
derrogatório na declaração do Mestre. Ao contrário, reafirma o valor e a
vigência do sábado, livre, no entanto das aderências talmúdicas.
“Broadus, renomado comentarista, tratando deste texto, assim conclui: "Mas o sábado permanece ainda, pois que existia antes de Israel, e era desde a criação um dia designado por Deus para ser santificado (Gênesis 2:3)..."
“A. H. Strong, grande teólogo, diz: "Nem nosso
Senhor ou os apóstolos ab-rogaram o sábado do decálogo. A nossa dispensação
abole as prescrições mosaicas quanto à forma de guarda o sábado mas ao mesmo
tempo declara sua observância de origem divina e como sendo uma necessidade da
natureza humana... Cristo não cravou na cruz qualquer mandamento do decálogo...
Jesus não se defende da acusação de quebrar o sábado, declarando que este foi
abolido, mas estabelece o verdadeiro caráter do sábado em atender uma
necessidade humana fundamental..."
“Ryle, erutido
comentarista evangélico, tratando do texto diz: "Não devemos deixar-nos
arrastar pela opinião comum de que o sábado é mera instituição judaica, que foi
abolido ao anulado por Cristo. Não há uma só passagem das Escrituras que isso
prove. Todos os casos em que o Senhor Se refere ao sábado, fala contra as
opiniões errôneas que os fariseus propagaram a respeito de sua observância.
Cristo depurou o quarto mandamento da superfluidade profana dos judeus... O
Salvador que despojou o sábado das tradições judaicas e que tantas vezes
esclareceu o seu sentido, não pode ser inimigo do quarto mandamento. Pelo
contrário Ele engrandeceu e o exaltou." [3]
O MEMORIAL DA CRIAÇÃO
O Sábado é assim o memorial da Criação dado a toda a
humanidade, pois é como um sinete na mente dos fieis (Ezequiel 20:19-20) a
lembra-los continuamente de que tudo o que fora criado pertence por Direito a
Jesus, por meio de quem todas as coisas foram criadas, e sem Ele, nada do que
foi feito teria sido chamado à existência (João 1:3). Também é um memorial da
redenção, na medida em que Cristo também descansara num sábado quando concluíra
a Sua estupenda e maravilhosa obra de Salvação da descendência de Adão (dos que
viessem à aceita-lo como seu Deus e Redentor).
Quem entra assim no repouso do Senhor no
dia por Ele designado, está assim demonstrando que reconhece ser Jesus o seu
Deus não só por direito (vez que criou todo o universo) como, outrossim, que
Ele também o é por merecimento (pois não só criou, como também nos comprou de
volta a um custo que nem mesmo em toda a eternidade poderemos completamente
compreender).
Muitos, ao lerem os correspectivos relatos
nos evangelhos, pensam que Jesus estava revogando o sábado. Mas na verdade foi
justamente o oposto. Os judeus da época de Cristo haviam instituído 613
mandamentos puramente humanos para ajuda-los a não transgredirem a Torá. E
dentre esses preceitos incluíram pesadas regras que tornaram a guarda do sábado
terrivelmente enfadonha e penosa. Ignoraram, portanto, a voz do Deus eterno,
que os convocava para manterem o sábado não somente santo, mas igualmente “deleitoso” e “digno de honra” (Isaías
58:13). E Jesus veio justamente corrigir essa errônea interpretação da sua Lei
moral (descrita no decálogo), a qual não é senão uma transcrição do Seu divino
caráter.
Mesmo renomados teólogos batistas
reconhecem isso, verbis:
“Os Dez
Mandamentos foram escritos em tábuas: uma em relação a Deus e outra em relação
ao próximo. Na primeira tábua as diretrizes que nos ensinam a reverenciar a
Deus e na segunda a respeitar ao próximo. São princípios eternos de Deus,
portanto, imutáveis.” – Pastor Fanini (Teólogo Batista), Dez Passos Para Uma
Vida Melhor, pág. 21.
"O homem
não pode entender verdadeiramentte a cruz de Cristo sem primeiro entender a Lei
de Deus. O pecado é a transgressão da lei ... e esta declara que estamos sob
sentença de condenação. O homem é um criminoso diante do tribunal de juízo de
Deus... Quando olhamos para a cruz e vemos Cristo morrendo ali, somos
admoestados pelas Escrituras a nos ver, não só perdoados por causa do sangue
derramado, mas também condenados à morte com Cristo. Aqui a lei e a cruz
combinam em divina harmonia. Tanto a lei como a cruz de Cristo condena à morte
o velho eu egoísta.” – Haroldo J. Brokke, A Lei é Santa, págs. 136-137.
Não obstante, possivelmente surgirão vozes
conhecidas dizendo coisas como “O sábado é coisa do passado e não serve mais
para nós”. O que fazer em situações assim? Cito um interessante exemplo
ocorrido num aldeamento indígena da América do Sul; quando confrontado com o
mesmo tipo de “voz” acima, um humilde e iletrado servo de Deus então respondeu
da seguinte maneira, Ipsis litteris:
(Um idoso índio se
levantou e disse): “Padre, o senhor diz que o
sábado é antigo e que não nos serve mais. Bem, Deus criou o Sol e a Lua. Eles
são velhos e ainda nos servem. Por que o sábado não serve?”
Sábias as palavras desse índio irmão nosso.
Não destoa da afirmação outrora proferida por Cristo ao se insurgir contra toda
insinuação contrária à vontade do Seu Pai: "Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai
o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda
as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que
me enviou." (João 14:23, 24).
UMA VOZ MANSA E DELICADA COMO O SOM DE MUITAS ÁGUAS
E qual teria sido essa
"palavra",
proferida pelo Pai, a qual, ato contínuo, fora simultaneamente retransmitida
por Cristo quando estava Ele a guiar o Seu povo no deserto? Bem sabemos que, no
passado, no sul do deserto de Negev, o Deus de Israel proferira a seguinte
declaração: “Até quando recusareis guardar
os meus mandamentos e as minhas leis? Considerai que o SENHOR vos deu o sábado”(Êxodo
16:28, 29).
E não façamos como o Faraó e tentemos ao
SENHOR quando aquele se recusou a reconhecer a mesma voz que consigo pleiteava.
O SENHOR Jeová, quando questionado quanto a Quem era, declarou “eu sou o que
sou”. Não estava restrito ao tempo e espaço como nós. Na bíblia, quando seres
criados aparecem como objeto de alguma menção, são sempre descritos como
“estando”; isso porque são limitados espaço-temporalmente. Já a única exceção é
quando as ações descritas são relacionadas ao SENHOR, pois Ele “é”,
independentemente de qualquer coisa, Ele “existe” incondicionadamente e por Seu
poder todas as outras coisas também subsistem – seja o tempo, o espaço e
qualquer outra coisa que neles permaneçam.
O mesmo Deus eterno que da sarça ardente
proclamou “EU SOU me enviou a vós
outros” foi precisamente Aquele que, mais ou menos 1.450 (mil quatrocentos
e cinquenta anos) após, pronunciou as seguintes palavras: "Eu afirmo a vocês que isto é verdade: antes
de Abraão nascer, "EU SOU"! - respondeu Jesus." (João
8:58). E as sagradas escrituras solenemente nos declaram que Ele não muda o seu
modo de pensar (Malaquias 3:6), pois em Deus não podem existir mudança nem
sombra de variação (Tiago 1:17).
"Jesus
Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente." (Hebreus 13:8). E se
esse mesmo Jesus a respeito de quem vos falo não considerasse mais
espiritualmente relevante a guarda do Sábado, porque razão então exortaria os
seus atuais e futuros seguidores, 40 (quarenta) anos antes da destruição de
Jerusalém no ano 70 (setenta) d.C., que persistentemente orassem desde logo
para que o dia de fuga deles não se desse num Sábado? (Mateus 24:20-21)
“Deus
gostaria que compreendêssemos que Ele tem direito à mente, alma, corpo e
espírito - a tudo que possuímos. Somos Seus pela criação e pela redenção. Como
nosso Criador, Ele requer nosso inteiro serviço. Como nosso Redentor, tem uma
reivindicação tanto de amor como de direito - uma reivindicação de amor sem
paralelo. ... Nosso corpo, nossa alma, nossa vida, Lhe pertencem, não apenas
porque são livre dom de Sua parte, mas porque Ele nos supre constantemente com
Seus benefícios e nos dá força para usarmos nossas faculdades. ...” (A
Maravilhosa Graça de Deus [Meditações Matinais, 1974], p. 243).
“A todos
quantos recebem o sábado como sinal do poder criador e redentor de Cristo, ele
será um deleite. Vendo nele Cristo, nEle se deleitam. O sábado lhes aponta as
obras da criação, como testemunho de Seu grande poder em redimir. Ao passo que
evoca a perdida paz edênica, fala da paz restaurada por meio do Salvador. E
tudo na natureza repete o Seu convite: “Vinde a Mim, todos os que estais
cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mt 11:28, RC; O Desejado de Todas as
Nações, p. 289).
[1]
Cf. ARAÚJO NETO, Felipe Sabino de. TEORIA DIA ERA. monergismo, S.l., s. d.
Disponível em: <
http://www.monergismo.com/textos/criacao/teoria_dia_era.htm> Acesso em 05
Jul. 2013.
[2] Cf. O SELO de Deus na lei. Jesus voltará, S.l., s. d. Disponível em: < http://www.jesusvoltara.com.br/selo/index1.htm> Acesso em 05 Jul. 2013.
[3] Cf. Idem, Ibidem.
[2] Cf. O SELO de Deus na lei. Jesus voltará, S.l., s. d. Disponível em: < http://www.jesusvoltara.com.br/selo/index1.htm> Acesso em 05 Jul. 2013.
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