ANÁLISE CRÍTICA DA MÚSICA “HEAL THE WORLD”

INTRODUÇÃO


Este discurso tem como objeto de análise a letra da música “Heal The World”, cantada por Michael Jackson no estádio Nya Ullevi em 1997.

Na consecução desse mister será empregado um enfoque com maior preponderância no que tange aos traços sociológicos e demais implicações de ordem moral e escatológica presentes na canção em comento.

Segue abaixo uma tradução da letra em foco, textualmente:

Cure o Mundo

"Pense sobre as gerações e elas dizem:
Nós queremos fazer deste mundo um lugar melhor
Para nossos filhos
E para os filhos dos nossos filhos.

Para que eles vejam
Que este é um mundo melhor para eles
E saibam que podem
fazer deste um lugar ainda melhor.

Há um lugar no seu coração
E eu sei que é amor
E este lugar pode ser
Muito mais brilhante do que amanhã

E se você realmente tentar
Você descobrirá que não há necessidade de chorar
Neste lugar você vai sentir
Que não há mágoa ou tristeza

Há caminhos para chegar lá
Se você se importa o suficiente com a vida
Crie um pequeno espaço
Crie um lugar melhor

Cure o mundo
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim
E toda a raça humana

Há pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente com a vida
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim

Se você quer saber porque
O amor não pode mentir
O amor é forte
E só nos dá dádivas alegres

Se nós tentarmos, nós veremos
Nesta benção
Não podemos sentir medo ou temor
Paremos o existir e comecemos o viver

Em seguida, sempre sentiremos
Que o amor é suficiente para nós crescermos
Então faça um mundo melhor
Faça um mundo melhor

Cure o mundo
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim
E toda a raça humana

Há pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente com a vida
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim

E o sonho em que fomos concebidos
Revelará um rosto alegre
E o mundo em que sempre acreditamos
Brilhará novamente em graça

Então por que continuamos sufocando a vida?
Ferindo a Terra, crucificando sua alma...
Mas é claro ver
Que este mundo é divino, é a luz de Deus

Nós podemos voar tão alto
E nunca deixe nossos espíritos morrerem
No meu coração eu sinto
Vocês todos meus irmãos

Crie um mundo sem medo
Juntos nós choraremos lágrimas de alegria
Veja as nações transformarem suas espadas
Em arados

Nós realmente poderíamos chegar lá
Se você se importou o suficiente com a vida
Faça um pouco de espaço
Para fazer um lugar melhor

Cure o mundo
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim
E toda a raça humana

Há pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente com a vida
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim [3x]

Há pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente com a vida
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim[2x]

Para você e para mim
(Faça um lugar melhor)[3x]

Para você e para mim
(Cure o mundo em que vivemos)
Para você e para mim
(Salve-o para nossas crianças)[4x]


1 – CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E ESCATOLÓGICA


“Pense sobre as gerações e elas dizem:
Nós queremos fazer deste mundo um lugar melhor
Para nossos filhos
E para os filhos dos nossos filhos.”

Pensando sobre as nossas passadas gerações e no que elas dizem, podemos chegar a algumas intrigantes ilações.

Observe que desde Kant e o iluminismo já estávamos concretamente aspirando a uma Paz Perpétua, um novo mundo sem desigualdades sociais, fome, guerras e demais injustiças. Acreditava-se então que com o racionalismo a despontar e com o poder do humano intelecto a dominar a natureza mediante os instrumentais da ciência, não haveria mais limites ao potencial humano. Poderíamos tudo.

Mas a despeito de tamanha luz assim apregoada naquele século, o que ocorreu posteriormente foi justamente o contrário. Nunca dantes se ouvira de tantas guerras, violência e destruição na escala e proporção assombrosas como o atestam os anais da história moderna e contemporânea.

Na sucessão dos tempos que se seguiram ao vaticínio de Immanuel Kant quanto à paz vir a ser garantida perpetuamente (em contextos políticos e jurídicos), in veritatis, o que vimos foram massacres humanos inauditos. Infelizmente ainda continuamos vendo isso. Nem mesmo a nação filosoficamente mais adiantada da Europa, a Alemanha, conseguiu escapar dessa tortuosa tendência humana. Não foi a toa que o filósofo Nietzsche declarou que Deus estava morto.

Milênios atrás, a frase proferida pela divida inspiração "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; " (Jeremias 17:9) ganharia eco posteriormente na conhecida máxima Homo homini lupus: o homem é o lobo do homem de autoria do filósofo inglês Thomas Hobbes.

E isso é justamente o que ocorre quando tiramos Deus da equação: Suas criaturas então “se mordem e se devoram uns aos outros” (Gl 5:15, NVI). E assim se devoram porque ignoraram os dizeres desse mesmo grandioso e glorioso Deus quando Ele nos disse: “porque sem mim nada podeis fazer." (João 15:5).

ESTAMOS NOS PREOCUPANDO TANTO COM AS COISAS IMPORTANTES DESTA VIDA QUE ACABAMOS POR NOS ESQUECER DO ABSOLUTAMENTE INDISPENSÁVEL


No Universo, nada existe independentemente do Senhor. Ele criou tudo: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez” (João 1:3). Não só isso, mas Ele é quem sustenta tudo. Ainda mais surpreendente é saber que Aquele que criou e tudo mantém foi crucificado por nós.

“O apóstolo Paulo, escrevendo pelo Espírito Santo, declarou acerca de Cristo: ‘Tudo foi criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele’ (Cl 1:16, 17, RC). A mão que sustém os mundos no espaço, a mão que conserva em seu ordenado arranjo e incansável atividade todas as coisas através do Universo de Deus, é a que na cruz foi pregada por nós”[1].

Ele é, verdadeiramente, o Homem que é a medida de todas as coisas.

Ele é o verdadeiro “Amor Forte” e que “não pode mentir”; e viveu para nos conceder a dádiva da verdadeira alegria. Pois “pelas suas pisaduras fomos sarados” e “o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele”. (Isaías 53:5).

E “nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a Sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 João 3:16).

E isso é de tal modo verdadeiro, que para podermos ter sucesso nessa empreitada de “fazer um mundo melhor”, imperioso será primeiro que o limitado esforço humano se una ao poderoso braço do Poder Infinito.

“Há um lugar no seu coração
E eu sei que é amor
E este lugar pode ser
Muito mais brilhante do que amanhã”

A letra dessa música continua insistindo quanto ao amor que existe dentro de nós. Mas pergunto: donde verdadeiramente promana este amor?

“Todo o amor paternal que veio de geração em geração através do coração humano, toda fonte de ternura que se abriu na alma do homem, não passam de tênue riacho em comparação com o ilimitado oceano, quando postos ao lado do infinito, inexaurível amor de Deus. A língua não o pode exprimir, nem a pena é capaz de o descrever. Podeis meditar nele todos os dias de vossa vida; podeis esquadrinhar diligentemente as Escrituras a fim de compreendê-lo; podeis concitar toda faculdade e poder a vós concedidos por Deus, no esforço de compreender o amor e a compaixão do Pai celeste; e todavia existe ainda um infinito para além. Podeis estudar por séculos esse amor; não obstante jamais podereis compreender plenamente a extensão e a largura, a profundidade e a altura do amor de Deus em dar Seu Filho para morrer pelo mundo. A própria eternidade nunca o poderá bem revelar.”[2]

A letra também nos fala de um lugar muito mais brilhante do que amanhã. Todavia, não posso imaginar um lugar que brilhe mais do que naquele onde habite a gloriosa pessoa de Jesus Cristo. O mesmo Deus que criou o sol e todas as estrelas do Universo afirma de Si mesmo: EU SOU a brilhante Estrela da manhã (Apocalipse 22:19).

“Ele é quem curará o mundo
Fará dele um lugar melhor
Para você e para mim
E para toda a raça humana”

‘Eu vim’, diz Ele, ‘para que tenham vida, e a tenham com abundância’ (João 10:10) “pois eu sou o Senhor que te sara" (Êxodo 15:26).

“Se nos arrependemos de nossa transgressão e recebemos Cristo como o Doador de vida, nosso Salvador pessoal, tornamo-nos um com ele, e nossa vontade é trazida em harmonia com a vontade divina. Tornamo-nos coparticipantes da vida de Cristo, que é eterna. Obtemos de Deus a imortalidade ao receber a vida de Cristo, pois em Cristo ‘habita corporalmente toda a plenitude da divindade’ (Colossenses 2:9). Essa vida é a misteriosa união e cooperação do divino com o humano.”

Por isso, ao entrar no mundo, diz: "Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste;" (Heb. 10:1-5)

“Como portador dos pecados, sacerdote e representante do ser humano diante de Deus, Ele [Cristo] assumiu a vida humana, possuindo nossa carne e nosso sangue. A vida está na vital corrente de sangue, sangue que foi dado pela vida do mundo. Cristo fez plena expiação, dando Sua vida como resgate por nós. Nasceu sem mancha de pecado, mas entrou no mundo de certa forma como a família humana. Não tinha mera semelhança de corpo, mas tomou a natureza humana, participando da vida da humanidade.”

“De acordo com a lei que o próprio Cristo deu, a herança usurpada foi resgatada pelo membro mais próximo da família. Jesus Cristo depôs Suas vestes reais, a coroa real, e revestiu a divindade com a humanidade, a fim de se tornar Substituto e segurança para a humanidade, para que, morrendo em humanidade, pudesse, por Sua morte, destruir aquele que tinha o poder da morte. Ele não podia ter feito isso como Deus, mas, vindo como homem, Cristo podia morrer. Pela morte, venceu a morte. A morte de Cristo ceifou Aquele que tinha o poder da morte, e abriu as portas da tumba a todo aquele que O recebe como seu Salvador pessoal.”[3]

“A palavra da cruz[4] é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus." (1 Coríntios 1:18).

É por isso que a despeito de toda a “perversidade” ainda existente neste mundo, não precisamos ter medo, uma vez que “despojando os principados e as potestades, publicamente (Jesus) os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz." (Colossenses 2:15)

“Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem? (Heb. 13:6)”.

“Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Rom. 8:38-39).

E reiteradamente o Senhor Jesus Cristo, o Senhor Deus Forte, Pai da Eternidade reafirma: “Não temas, porque Eu sou contigo; não te assombres, porque Eu sou o teu Deus; Eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a destra da Minha justiça.” (Isaías 41:10).

Pois Ele é quem Criará um mundo sem medo
Juntos nós choraremos lágrimas de alegria
Veja as nações transformarem suas espadas
Em arados

Antevendo em visão tão glorioso dia, o discípulo amado profetizou:

"Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram." (Apocalipse 21:4).

E “Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!”

2. “Este mundo é divino, é a luz de Deus”


Esta é de fato, uma linda declaração. O mundo o é realmente assim não porque possua em si mesmo os atributos da divindade, mas sim porque ainda reflete, em certa medida, a Glória dAquele o criou.

Digo isso para desmitificar a crença de alguns que confundem o Criador com a obra que o mesmo realizou; assim como o artista se distingue da pintura por si concretizada, assim o universo e tudo que o mesmo contém não pode, logicamente, ser o seu próprio arquiteto e construtor.

Deus se situa além do universo que criou, fora dos limites do tempo e espaço por Si erigidos. Ele é “o único que é imortal e habita em luz inacessível, a quem ninguém viu nem pode ver” (1 Timóteo 6:16).
Ir contrariamente a este entendimento seria incorrer no que se denomina panteísmo, verbis:

O Panteísmo é a crença de que Deus é tudo e todo mundo e que todo mundo e tudo é Deus. O Panteísmo é semelhante ao Politeísmo (a crença em muitos deuses), mas vai além dele ao ensinar que tudo é Deus. Uma árvore é Deus, uma rocha é Deus, um animal é Deus, o céu é Deus, o sol é Deus, você é Deus, etc. O Panteísmo é a suposição por trás de muitas seitas e religiões falsas (ex: Hinduísmo e Budismo, as várias seitas de unidade e unificação, e os adoradores da mãe natureza).

A Bíblia ensina o Panteísmo? Não, não ensina. O que muitas pessoas confundem com Panteísmo é a doutrina da onipresença de Deus. Salmos 139:7-8 declara: "Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também." A onipresença de Deus significa que Ele está presente em todo os lugares. Não há qualquer lugar no universo onde Deus não esteja presente. Isso não é o mesmo que Panteísmo. Deus está em todo canto, mas Ele não é tudo. Sim, Deus está "presente" dentro de uma árvore ou de uma pessoa, mas isso não torna aquela árvore ou pessoa Deus. O Panteísmo não é de qualquer forma uma crença bíblica e é incompatível com fé em Jesus Cristo como Salvador (João 14:6; Atos 4:12).[5]

Ao longo das eras, muitas vozes já se manifestaram no desejo de entronizar a natureza no lugar dAquele a quem realmente de direito; e no mesmo contexto no qual declarara que Deus estava morto, assim falava também Nietzsch,

“Rogo-vos meus irmãos, permanecei fiéis à terra, e não creiais naqueles que vos falam de esperanças de outros mundos!”. Acrescentou: “No passado o pecado contra Deus era o maior pecado; mas esses pecadores morreram com ele. Agora pecar contra a terra é a coisa mais terrível” (Assim falava Zaratustra, p. 125).

Não duvido que pessoas assim, se tivessem os meios e a oportunidade, iriam mesmo querer “matar” a Deus. E vimos isso claramente no calvário, pois Ele “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (João 1:11). Deste modo, aqueles que não quiseram assim “Ferir a Terra”, contudo, acabaram “crucificando sua alma”. Por violarem o mandamento que dizia “não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3), acabaram igualmente por transgredir o mandamento de Cristo o qual dizia “amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças” (Deuteronômio 6:15 e Marcos 12:30).

Ignoram a realidade de que, se não fosse por Cristo, nós todos nem teríamos tido a oportunidade de nascer. Isso porque sem Ele, a posteridade da humanidade ainda estaria sendo irremediavelmente contada entre os transgressores da Sua Lei; "porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos (....)." (Isaías 53:12).

E é só na Cruz do calvário que podemos começar a compreender a real malignidade do pecado. O discípulo amado o define como “a transgressão da lei” moral divina (1 João 3:4).

E a mesma transgressão a essa Lei (que não é senão a transcrição do Seu caráter) é o que faz a separação entre nós e o nosso Deus; e os nossos pecados encobrem o Seu rosto de nós, para que não nos ouça (Isaías 59:2).

"Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores." (Romanos 5:8).

E "este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más." (João 3:19).

CONCLUSÃO


Ao pensar nas futuras gerações, nós seres humanos precisamos sim buscar a solução definitiva para que seja estabelecido um mundo melhor para nossa descendência.

Essa solução é Jesus Cristo.

“E o sonho em que fomos concebidos
Revelará um rosto alegre
E o mundo em que sempre acreditamos
Brilhará novamente em graça”,

"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." (Isaías 9:6).

Assim, “Se você se importa o suficiente com a vida, Crie um pequeno espaço” para que o autor e redentor da tua vida encontre morada e possa então nos “criar um lugar melhor”

“Para você e para mim
(para que Ele “Cure o mundo em que vivemos”)
Para você e para mim
(Para que Ele “Salve as nossas crianças”).”




[1] Cf. JESUS PROVEDOR e mantenedor. Lições da bíblia, S.l., s. d. Disponível em: < http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2013/li812013.html> Acesso em 18 Jul. 2013.
[2] Cf. Testemunhos Seletos 2:337
[3] Cf. SDA Bible Commentary, vol. 7, págs. 925 e 926.
[4] Cf. HUNT, Dave. A FINALIDADE DA CRUZ. Chamada.com.br, S.l., s. d. Disponível em: < http://www.chamada.com.br/mensagens/cruz.html> Acesso em 12 Jul. 2013.
[5] Cf. PANTEISMO. Gotquestions, S.l., s. d. Disponível em: <http://www.gotquestions.org/Portugues/panteismo.html#ixzz2XpQCx0Ev> Acesso em 29 jun. 2013.

Enoques Modernos

Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para Si. (Gênesis 5:24)

Enoque foi um exemplo. Os desalentados fiéis de seu tempo aprenderam que, embora vivessem entre pessoas corruptas e pecadoras, que estavam em aberta e ousada rebelião contra Deus, seu Criador, poderiam proceder com justiça como o fiel patriarca. Se obedecessem ao Senhor e tivessem fé no Redentor prometido, seriam aceitos por Deus e, finalmente, exaltados ao Seu trono celestial.

Enoque, separando-se do mundo e dedicando muito de seu tempo à oração e à comunhão com Deus, representa o leal povo de Deus nos últimos dias, que se há de separar do mundo. A injustiça deverá prevalecer em terrível extensão sobre a Terra. Os seres humanos se dedicarão a seguir toda imaginação de seu corrupto coração, impondo sua enganosa filosofia e rebelião contra a autoridade dos altos Céus.

O povo de Deus vai se separar das práticas injustas dos que o rodeiam e procurará a pureza de pensamentos e a santa conformidade com a vontade dEle, até que a divina imagem de Deus seja refletida neles. Como Enoque, estarão se preparando para a trasladação ao Céu. Enquanto se esforçam para instruir e advertir o mundo, eles não se conformarão ao espírito e aos costumes dos descrentes, mas os condenarão por meio de seu santo procedimento e piedoso exemplo. A trasladação de Enoque para o Céu, pouco antes da destruição do mundo pelo dilúvio, representa a trasladação de todos os justos vivos da Terra antes de sua destruição pelo fogo. Os santos serão glorificados na presença daqueles que os odiaram por sua leal obediência aos justos mandamentos de Deus.

Enoque instruiu sua família a respeito do dilúvio. Matusalém, o filho de Enoque, ouviu a pregação de seu neto Noé, que fielmente advertiu os habitantes do velho mundo de que um dilúvio de águas estava para vir sobre a Terra. Matusalém, seus filhos e netos viveram nesse tempo em que a arca foi construída. Eles, juntamente com alguns outros mais, receberam instruções de Noé e o auxiliaram em seu trabalho (Signs of Times, 20 de fevereiro de 1879).

Enoque e o Plano da Salvação

Quanto a estes foi que também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor entre Suas santas miríades. (Judas 14)

O Senhor abriu para Enoque o plano da salvação e, pelo Espírito de Profecia, transportou-o através das gerações que viveriam depois do dilúvio, mostrando-lhe os grandes eventos relacionados com o segundo advento de Cristo e o fim do mundo.

Enoque estivera perturbado com respeito aos mortos. Parecia-lhe que os justos e os ímpios iriam para o pó juntamente, e que esse seria o fim dele. Não podia ver claramente a vida do justo além da sepultura. Em visão profética, foi instruído com relação ao Filho de Deus, que deveria morrer como sacrifício pelo ser humano, e foi-lhe mostrada a vinda de Cristo nas nuvens do céu, acompanhado pelo exército angelical, a fim de dar vida aos justos mortos e resgatá-los de sua sepultura. Viu também o estado corrupto do mundo, no tempo em que Cristo apareceria pela segunda vez. Haveria uma geração arrogante, presunçosa, egoísta, arregimentada em rebelião contra a lei de Deus, negando o único Senhor Deus e o nosso Senhor Jesus Cristo, tripudiando sobre o sangue dEle e desprezando Sua expiação. Viu os justos coroados de glória e honra, e os ímpios banidos da presença do Senhor, destruídos pelo fogo.

Por meio das bênçãos e honras que concedeu a Enoque, o Senhor ensina aqui uma lição da maior importância: serão recompensados todos os que pela fé confiarem no sacrifício prometido e fielmente obedecerem aos mandamentos de Deus. Duas classes são aqui outra vez representadas como devendo existir até o segundo advento de Cristo: os justos e os ímpios, os rebeldes e os leais. Deus Se lembrará dos justos, que O temem. Em consideração a Seu amado Filho, Ele os estimará e honrará, dando-lhes a vida eterna. Mas os ímpios, aqueles que pisam Sua autoridade, Ele os cortará da Terra e os destruirá. Serão como se nunca tivessem existido.

Depois da queda de Adão, de um estado de perfeita felicidade para uma condição de pecado e miséria, havia o perigo de os seres humanos se tornarem desencorajados. Mas as instruções que Deus concedeu a Adão, repetidas a Sete e plenamente exemplificadas por Enoque iluminaram o caminho de trevas e escuridão, dando esperança às pessoas de que, assim como por meio de Adão veio a morte, mediante Jesus, o Redentor prometido, viria vida e imortalidade (Signs of Times, 20 de fevereiro de 1879).

Enoque

Andou Enoque com Deus; e, depois que gerou a Matusalém, viveu trezentos anos. (Gênesis 5:22)

Enoque escutou dos lábios de Adão a dolorosa história da queda e a preciosa promessa da condescendente graça de Deus em oferecer o dom de Seu Filho como Redentor do mundo. Creu nela e sobre ela repousou. Enoque era um homem santo. Servia a Deus com singeleza de coração. Compreendeu a corrupção da família humana e se separou dos descendentes de Caim, reprovando-os por sua grande maldade. Existiam na Terra aqueles que reconheciam a Deus e O temiam e adoravam. Mas o justo Enoque, tão aflito pelo crescente mal da impiedade, não se relacionava com eles diariamente, temendo ser afetado por sua infidelidade e que seus pensamentos não considerassem a Deus com a santa reverência devida ao Seu exaltado caráter. Seu coração se agitava ao testemunhar diariamente como pisavam a autoridade de Deus. Decidiu se separar deles e gastar muito de seu tempo em solidão, a qual devotava à reflexão e oração. Ele esperava diante do Senhor e orava para conhecer Sua vontade mais perfeitamente, a fim de cumpri-­la. Deus Se comunicava com Enoque mediante Seus anjos, dando-lhe instrução divina. Fez-lhe saber que não suportaria para sempre a rebelião do ser humano – que Seu propósito era destruir a raça pecadora, trazendo um dilúvio de água sobre a Terra.

O belo Jardim do Éden, de onde nossos primeiros pais foram expulsos, permaneceu até que Deus Se propôs destruir a Terra pelo dilúvio. Deus plantara o jardim e o abençoara especialmente. Em Sua maravilhosa providência, removeu-o da Terra. Ele o fará voltar outra vez à Terra, mais gloriosamente adornado do que antes de ser removido. Deus Se propôs preservar uma amostra de Sua perfeita obra criadora livre da maldição com que amaldiçoara a Terra.

Enoque continuou a se tornar mais piedoso enquanto se comunicava com Deus. Sua face era radiante com a santa luz. O Senhor amava Enoque porque ele firmemente O seguia. Ele desejava se unir ainda mais estreitamente com Deus, a quem temia, reverenciava e adorava. Deus não permitiu a Enoque morrer como outros homens, mas enviou Seus anjos para levá-lo ao Céu sem ver a morte. Na presença de justos e ímpios, Enoque foi removido deles (Signs of the Times, 20 de fevereiro de 1879).

As Primeiras Coisas em Primeiro Lugar

Vós sois a luz do mundo. (1 Coríntios 15:22)

As coisas eternas devem despertar nosso interesse, e devem ser consideradas, em comparação com as coisas terrenas, de infinita importância. Deus requer que seja nossa prioridade cuidar da saúde e da prosperidade espirituais. Devemos saber que desfrutamos do favor de Deus, que Ele sorri para nós, que somos Seus filhos e estamos em uma posição em que Ele pode comungar conosco e nós com Ele. Não devemos descansar até que atinjamos um estado de humildade e mansidão para que Ele possa nos abençoar e sejamos levados a uma proximidade sagrada com Deus. Sua luz brilhará sobre nós e refletiremos essa luz a todos ao nosso redor. No entanto, não podemos fazer isso a menos que nos esforcemos sinceramente para viver na luz. Deus requer isso de todos os Seus seguidores, não apenas para o próprio bem, mas também para o benefício de outros ao seu redor.

A menos que tenhamos luz em nós mesmos, não poderemos deixar nossa luz brilhar aos outros a fim de atrair a atenção deles para as coisas celestiais. Devemos estar imbuídos do Espírito de Jesus Cristo, ou não poderemos manifestar Cristo em nós, a esperança da glória. Devemos permitir que o Salvador habite em nós, ou seremos incapazes de exemplificar em nossa conduta Sua vida de devoção, Seu amor, Sua bondade, piedade, compaixão, abnegação e pureza. Esse é o nosso sincero desejo. O tema de estudo de nossa vida deve ser: Como ajustarei meu caráter ao padrão bíblico de santidade?

Cristo sacrificou Sua majestade, Seu esplendor, Sua glória e honra, e por nossa causa tornou-Se pobre, para que nós, por Sua pobreza, nos tornássemos ricos. Ele condescendeu com uma vida de humilhação. Sujeitou-Se ao escárnio. Foi “desprezado e o mais rejeitado entre os homens” (Is 53:3). Suportou o insulto, a zombaria e a morte mais dolorosa e vergonhosa a fim de que pudesse exaltar e salvar da miséria sem esperança os filhos e filhas caídos de Adão. Em vista desse sacrifício inigualável e amor misterioso manifestados a nós por nosso Redentor, recusaremos oferecer a Deus nosso completo serviço, que, na melhor das hipóteses, é tão débil? Usaremos de maneira egoísta, para os negócios ou o prazer, o tempo que é necessário para nos dedicarmos ao exercício religioso, ao estudo das Escrituras, à introspecção e à oração?

Não depositamos nossa esperança aqui, neste mundo. Nossas ações testificam de nossa fé, de que no Céu se encontra nossa eterna riqueza (Review and Herald, 29 de março de 1870).

A Primeira Promessa do Evangelho

Assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. (1 Coríntios 15:22)

“Porei inimizade [...] entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15).

Esse foi o primeiro sermão evangelístico pregado ao ser humano caído. Essa promessa foi a estrela de esperança a iluminar o escuro e sombrio futuro da raça humana. De bom grado, Adão recebeu a garantia do livramento e diligentemente instruiu seus filhos nos caminhos do Senhor. Essa promessa foi apresentada em estreita ligação com o altar das ofertas sacrificais. O altar e a promessa permanecem lado a lado, e um lança seus brilhantes raios de luz sobre o outro, mostrando que a justiça de um Deus que foi ofendido poderia ser satisfeita somente pela morte de Seu amado Filho.

Abel ouviu essas preciosas lições, e para ele eram como sementes semeadas na boa terra. Caim também as ouviu. Ele teve os mesmos privilégios que seu irmão, mas não os aproveitou. Aventurou-se em agir de forma contrária aos mandamentos de Deus, e o resultado ficou evidente diante de nós. Caim não foi vítima de um intuito arbitrário. Um não fora eleito para ser aceito por Deus, e o outro para ser rejeitado. A questão toda consiste em fazer ou não o que Deus diz.

No caso de Caim e Abel, temos uma representação das duas classes que sempre existirão no mundo até o fim dos tempos, um assunto digno de aprofundado estudo. Existe uma diferença marcante no caráter desses dois irmãos, e a mesma diferença é vista na família humana hoje. Caim representa aqueles que observam os princípios e as obras de Satanás, ao adorar a Deus à sua maneira, conforme a própria escolha. À semelhança do líder que seguem, estão dispostos a prestar uma obediência parcial, mas não uma completa obediência a Deus.

A classe de Caim representa a grande maioria dos adoradores, pois toda falsa religião foi criada com base no princípio de Caim, de que o ser humano deve depender dos próprios méritos e justiça para ser salvo.

Homens e mulheres devem aceitar a religião de Cristo com todas as dificuldades que possam surgir. As pessoas podem sair em busca de um caminho mais fácil, mas esse caminho não levará à cidade de Deus, a morada segura dos santos. Somente aqueles que guardam Seus mandamentos é que terão direito à árvore da vida e entrarão na cidade pelas portas (Signs of the Times, 23 de dezembro de 1886).

Sacrifício Mais Excelente

Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo. (Hebreus 11:4)

Estes dois irmãos, Caim e Abel, representam toda a família humana. Ambos foram provados quanto ao ponto da obediência, e todos nós seremos provados da mesma forma. Abel passou pela prova dada por Deus. Revelou o valor de um caráter reto, os princípios da verdadeira piedade. A religião de Caim, porém, não tinha bom fundamento. Era baseada nos méritos humanos. Ele trouxe para apresentar a Deus algo em que havia interesse pessoal – os frutos da terra, produtos de seu trabalho, e apresentou sua oferta como um favor feito a Deus, pelo qual esperava obter a aprovação divina. Caim obedeceu ao construir um altar, obedeceu ao trazer um sacrifício, prestou, porém, apenas uma obediência parcial. A parte essencial, o reconhecimento da necessidade de um Redentor, ficou excluída.

Ambos eram pecadores e ambos reconheciam o direito de Deus à reverência e à adoração. Segundo a aparência exterior, sua religião era a mesma até certo ponto, mas o registro bíblico nos mostra que houve um tempo em que a diferença entre os dois era grande. Essa diferença estava na obediência de um e na desobediência do outro.

O apóstolo disse que “Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim”. Abel apreendeu os grandes princípios da redenção. Viu-se como um pecador e viu o pecado e sua pena de morte entre seu coração e a comunhão com Deus. Trazia morta a vítima, aquela vida sacrificada, reconhecendo assim as reivindicações da lei que fora transgredida. Por meio do sangue derramado, olhava para o futuro sacrifício – Cristo morrendo na cruz do Calvário. Confiando na expiação que ali seria feita, tinha o testemunho de que era justo e de que sua oferta havia sido aceita.

Como Abel conhecia tão bem o plano da salvação? Adão o ensinou aos seus filhos e netos. Depois que Adão pecou, um sentimento de terror se apoderou dele. Sentia dentro de si um constante temor. A vergonha e o remorso torturavam-lhe o coração. Nesse estado mental, desejava estar o mais distante possível da presença de Deus, a quem ele tivera tanto prazer de encontrar no lar edênico. Porém, o Senhor foi em busca desse homem que carregava tanto peso de consciência e, embora condenasse o pecado do qual Adão era culpado, ofereceu-lhe as palavras da graciosa promessa (Signs of the Times, 23 de dezembro de 1886).

A Ira de Caim

Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? (Gênesis 4:6, 7)

O Senhor não ignorou os sentimentos de ira cultivados por Caim. Entretanto, desejava que ele refletisse a respeito de sua conduta, que se convencesse de seu pecado, experimentasse o arrependimento e colocasse os pés no caminho da obediência. Não havia motivo para tanto rancor, quer fosse em relação a seu irmão ou a Deus. Foi seu desrespeito à clara e expressa vontade do Senhor que levou à rejeição da sua oferta. A oferta de Abel foi aceita, mas isso porque ele fez exatamente o que o Senhor lhe pedira, em cada detalhe. Essa atitude não tiraria de Caim seu direito à primogenitura. O assunto foi claramente exposto a Caim, porém, despertou-­se nele o espírito combativo pelo fato de sua conduta ter sido questionada e não lhe ser permitido seguir as próprias ideias independentes. Estava irado com Deus e com raiva de seu irmão. Com Deus, porque Ele não aceitou os planos idealizados por um homem pecador em substituição às reivindicações divinas, e estava indignado com o irmão por discordar dele.

Caim chamou Abel para caminhar com ele pelos campos, e lá expressou sua descrença e murmuração contra Deus. Afirmou que agiu corretamente ao apresentar sua oferta. Quanto mais falava contra Deus, colocando em dúvida a justiça e a misericórdia divinas ao rejeitar sua oferta e aceitar a de seu irmão Abel, mais cresciam seus sentimentos de ira e ressentimento.

Abel justificou a bondade e a imparcialidade de Deus colocando diante de Caim a simples razão pela qual o Senhor não aceitara a oferta dele.

O fato de Abel ter se aventurado a discordar e chegar ao ponto de mostrar seus erros surpreendeu Caim. A razão lhe dizia que Abel estava certo ao falar da necessidade de apresentar o sangue de uma vítima imolada, se quisesse que seu sacrifício fosse aceito. Satanás, porém, apresentou a questão sob um ponto de vista diferente. Incitou Caim a tamanho ataque de fúria, que o levou a matar o irmão, e o pecado do assassinato foi posto sobre ele (Signs of the Times, 16 de dezembro de 1886).

O Teste de Caim e Abel

Trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-Se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não Se agradou. (Gênesis 4:3-5)

Caim e Abel, filhos de Adão, eram diferentes em caráter. Esses irmãos foram provados, assim como o fora Adão antes deles, para mostrar se seriam obedientes aos requisitos de Deus. Tinham sido instruídos com respeito à provisão feita para a salvação da raça humana. Por meio do sistema de ofertas sacrificais, Deus desejava gravar na mente dos seres humanos o quão ofensivo é o pecado e colocá-los a par da inevitável penalidade que este trazia consigo: a morte. As ofertas deveriam ser uma lembrança contínua de que somente através do prometido Redentor é que o ser humano poderia chegar à presença de Deus. Caim e Abel compreenderam o sistema sacrifical de ofertas que deles foi requerido praticar. Ao apresentar suas ofertas, eles sabiam que estavam demonstrando humilde e reverente obediência à vontade de Deus, em reconhecimento de sua fé e dependência do Salvador a quem essas ofertas tipificavam.

Caim e Abel construíram seus altares de modo semelhante, e cada qual levou uma oferta. Caim considerou desnecessário ser tão minucioso em cumprir todas as reivindicações feitas por Deus. Dessa forma, fez uma oferta sem derramamento de sangue. Trouxe os frutos da terra e os apresentou como oferta diante do Senhor, mas não houve sinal do Céu para mostrar que esta era aceita. Abel insistiu com seu irmão para se aproximar de Deus da maneira divinamente prescrita, mas suas súplicas apenas tornaram Caim mais decidido a seguir sua própria vontade. Sendo mais velho, achava que não deveria ser aconselhado por seu irmão e desprezou o conselho dele.

Abel trouxe os primogênitos do rebanho, o melhor que possuía, conforme Deus lhe havia ordenado. No cordeiro imolado, ele antevia, pela fé, o Filho de Deus que deveria morrer por causa da transgressão da lei de Seu Pai. Deus aceitou a oferta de Abel. Fogo desceu do Céu e consumiu o sacrifício do pecador penitente.

Caim teve a oportunidade de ver e reconhecer seu erro. Aquele que não faz acepção de pessoas levará em consideração a oferta feita com fé e obediência (Signs of the Times, 16 de dezembro de 1886).

TU ÉS DEUS

Antes que os montes nascessem e se formassem a Terra e o mundo, de eternidade a eternidade, Tu és Deus. (Sal. 90:2)

Você nasceu para viver. O plano original de Deus era que o ser humano vivesse eternamente. Sua imortalidade dependeria de sua relação com a fonte da vida, que é Deus.

Infelizmente, Adão e Eva cortaram essa relação. Comeram do fruto do qual Deus havia dito: “Não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gên. 2:17. O resultado foi a morte, “porque o salário do pecado é a morte” (Rom. 6:23), como afirma Paulo.

Teria sido menos doloroso se depois do pecado a criatura morresse instantaneamente. O sofrimento teria sido evitado. Mas a morte é um processo lento que, no caso de Adão, levou 930 anos para chegar ao fim.

Aqueles anos foram de morte lenta. Dor, sofrimento e angústia foram o resultado de sua desobediência. Engano, mentira e traição passaram a formar parte de sua experiência. Já imaginou ver o corpo dilacerado do filho Abel? Nada disso teria acontecido se o primeiro casal tivesse seguido o conselho divino.

As experiências duras de uma vida de dor ensinaram aos primeiros seres humanos que a obediência aos conselhos divinos é garantia de uma vida feliz. Apesar disso, ninguém possui imortalidade. Só Deus existe “de eternidade a eternidade”.

Não tenha medo da morte. Encare-a como encara todos os desafios da vida. Estamos neste mundo para aprender a administrar a vida. Se você não souber administrar 70 ou 80 anos, como administrará a eternidade?

O seu Deus é eterno e tem prometido retornar na pessoa de Seu filho para procurar você. Naquele dia, chegará ao fim a experiência amarga da morte. Você ressuscitará e viverá eternamente.

Por isso, deixe brilhar a esperança em seu coração hoje. Nada está perdido. Nada está acabado. Embora da perspectiva humana a morte pareça estar vencendo, ela será finalmente derrotada, porque: “Antes que os montes nascessem e se formassem a Terra e o mundo, de eternidade a eternidade, Tu és Deus.” (Alejandro Bullón)

Arqueologia confirma a existência de Adão e Eva

O que a arqueologia moderna nos diz sobre a "lenda" de Adão e Eva? Teriam esses personagens bíblicos, de alguma maneira, realmente existido? Para os que não crêem, deixemos à própria Ciência a resposta a semelhantes (e absurdas?) indagações.






Salvação Prometida

Olhai para Mim e sede salvos, vós, todos os limites da Terra; porque Eu sou Deus, e não há outro. (Isaías 45:22)

Quando Adão e Eva foram criados e colocados em seu lar edênico, tinham conhecimento da lei que deveria governá-los. Ao transgredirem essa lei, caíram de seu estado de feliz inocência, tornando-se pecadores à vista de Deus. O tenebroso futuro da raça caída não foi dissipado sequer por um único raio de esperança. Devido à transgressão da lei divina, o ser humano perdeu o paraíso e foi pronunciada a maldição sobre a Terra, dando início o reinado da morte.

Entretanto, o Céu teve piedade do ser humano, e o plano da salvação foi concebido. Quando a maldição foi pronunciada sobre a humanidade, juntamente com ela foi dada a promessa de perdão por meio de um Salvador que haveria de vir. Essa promessa foi a estrela da esperança a iluminar as trevas que, como o manto da morte, pairavam sobre o futuro da humanidade e do mundo que lhe foi dado como domínio. A Adão e Eva, lá no Éden, foi o evangelho pregado pela primeira vez. Eles se arrependeram sinceramente de sua culpa, creram na promessa de Deus e foram salvos da ruína completa.

Durante trezentos anos, andou [Enoque] com Deus, dando ao mundo o exemplo de uma vida pura e imaculada, uma vida de notável contraste com a vida dos homens daquela geração obstinada e perversa, que desrespeitava abertamente a santa lei de Deus e se vangloriava de estar livre de suas restrições. Mas o testemunho e o exemplo dele foram igualmente ignorados, pois as pessoas amaram o pecado mais do que a santidade. Enoque, porém, serviu a Deus com singeleza de coração, e o Senhor comunicou a ele Sua vontade. Por meio de uma santa visão, revelou-lhe os grandes acontecimentos relacionados à segunda vinda de Cristo. E, finalmente, esse servo favorecido do Senhor foi levado ao Céu pelos anjos sem ver a morte.

Por fim, a maldade humana se tornou tão grande que Deus não mais podia suportá-la. Ele comunicou a Noé que, por causa das contínuas transgressões de Sua Lei, iria destruir o ser humano, a quem havia criado, por meio de um dilúvio de águas que traria sobre a Terra. Noé e sua família foram obedientes à lei divina e, devido à sua lealdade ao Deus do Céu, foram salvos da catástrofe que devastou o mundo mau ao seu redor. Assim, o Senhor preservou para Si um povo em cujo coração estava Sua lei (Signs of the Times, 22 de abril de 1886).